domingo, 29 de maio de 2016

Conferência Prof. Alexandre Mendonça Munhoz, na Jornada Paulista de Cirurgia Plástica/2016. Update em Próteses de Mama de Silicone.

Conferência 
Update em Implantes Mamários de Silicone 
Prof. Dr. Alexandre Mendonça Munhoz
XXXVI Jornada Paulista de Cirurgia Plástica

Prof. Dr. Alexandre Mendonça Munhoz, Conferência sobre "Update em Implantes Mamários de Silicone Gel" na XXXVI Jornada Paulista de Cirurgia Plástica (JP-2016) durante o programa do do PEC (Programa de Educação Continuada) e sobre apoio do Instituto IDEAH. Alexandre Mendonça Munhoz, Alexandre Munhoz, Prótese de Mama, Silicone, Hospital Sírio-Libanês.

A Jornada Paulista de Cirurgia Plástica (JP-2016) entra agora na sua 36a. edição, sob intensa re-modelação e estruturada em um conceito de estímulo à discussão e baseada em problemas clínicos observados no dia a dia da prática clínica e cirúrgica do cirurgião plástico. Neste ano, em 25 de maio de 2016, o Prof.Dr. Alexandre Mendonça Munhoz participou do Programa de Educação Médica Continuada (PEC) sob a coordenação do Dr. Renato Rocha Lage e realizado durante a programação da JP-2016. Com o tema sugerido pelo PEC, o Prof. Alexandre Munhoz apresentou uma revisão baseada em evidências do que se tem atualmente no que se refere ao emprego dos implantes de silicone gel no aumento mamário. 

Prof. Dr. Alexandre Mendonça Munhoz durante a moderação do PEC e  "Update em Implantes Mamários de Silicone Gel" realizado na XXXVI Jornada Paulista de Cirurgia Plástica (JP-2016) com apoio do Instituto IDEAH. Alexandre Mendonça Munhoz, Alexandre Munhoz, Prótese de Mama, Silicone, Hospital Sírio-Libanês.

Nos últimos anos é inegável a evolução e o aprimoramento da técnica da mastoplastia de aumento não apenas no tocante a física e química dos materiais mas também a compreensão por parte dos cirurgiões plásticos que inúmeros fatores estão relacionados com a melhor evolução e o baixo índice de complicações pós inclusão do implante de silicone. 
Neste ano, durante a Jornada Paulista de Cirurgia Plástica na sua XXXVI edição, o Prof.Dr. Alexandre Mendonça Munhoz participou do PEC (Programa de Educação Continuada) com apoio do Instituto IDEAH com o tema que mais merece atenção atualmente, a mastoplastia de aumento com implantes mamários de silicone gel.
Prof. Dr. Alexandre Mendonça Munhoz durante a conferência sobre "Update em Implantes Mamários de Silicone Gel" realizado na XXXVI Jornada Paulista de Cirurgia Plástica (JP-2016) durante o programa do do PEC (Programa de Educação Continuada) e sobre apoio do Instituto IDEAH. Alexandre Mendonça Munhoz, Alexandre Munhoz, Prótese de Mama, Silicone, Hospital Sírio-Libanês.




















De fato considera-se hoje a inclusão do implante de silicone gel, como a cirurgia mais realizada no mundo quando analisamos exclusivamente procedimentos cirúrgicos de cirurgia plástica. Segundo dados provenientes da ISAPS de 2013, e contabilizando dados relacionados ao número de cirurgias/cirurgião/ano, a cirurgia de prótese de mama apresenta atualmente, a cirurgia mais realizada no Brasil e no mundo sendo em 2013, a ordem de um milhão e setecentos mil cirurgias realizadas ou 15,3% de todos os procedimentos cirúrgicos executados por cirurgiões plásticos em todo mundo. Vale ressaltar que são dados mundiais e envolvendo mais de 25 países membros da ISAPS (International Society of Aesthetic Plastic Surgery) e que de maneira geral a cirurgia de prótese de mama representa a cirurgia Top 3 na grande maioria dos países, e em 78% a cirurgia Top 1.


Quando analisamos dados provenientes exclusivamente do Brasil, as estatísticas apresentam comportamento semelhante e seguindo o perfil mundial. De fato, em 2013, a cirurgia plástica da mama representou 516 mil procedimentos sendo o aumento de mama com prótese de silicone aproximadamente a metade do número de cirurgias com 226 mil procedimentos, seguido da mastopexia (suspensão da mama) com 140 mil, e a redução mamária (mamoplastia redutora) com 115 mil cirurgias. Desta forma, e corroborando com dados mundiais, a colocação da prótese de mama hoje representa um aspectos significante no que se refere a atuação do cirurgião plástico não apenas na área de mercado de trabalho mas também de pesquisas relacionadas à segurança do paciente e a evolução pós cirúrgica a curto, médio e longo prazo.
Prof. Dr. Alexandre Mendonça Munhoz, em sua Conferência sobre "Update em Implantes Mamários de Silicone Gel" realizado na XXXVI Jornada Paulista de Cirurgia Plástica (JP-2016) e no programa do do PEC (Programa de Educação Continuada) com apoio do Instituto IDEAH. Alexandre Mendonça Munhoz, Alexandre Munhoz, Prótese de Mama, Silicone, Hospital Sírio-Libanês.






Apesar da alta prevalência em nosso meio e no mundo, tal significância não é acompanhada de maneira proporcional ao número de estudos clínicos prospectivos e controlados analisando os resultados, a segurança e as complicações dos implantes a longo prazo. De fato, quando analisamos de maneira mais detalhada os diferentes aspectos e ítens relacionados às complicações pós aumento de mama com prótese de silicone, são poucos os dados que se apresentam construídos por meio de uma maior evidência científica e desta forma relacionados com fatores preditos e de risco para o seu desenvolvimento.

Como exemplo de análise a contratura capsular, e elencando as principais complicações pós implante de mama podemos identificar na literatura fatores clínicos, anatômicos e físicos como potencializadores e inibidores do processo de desenvolvimento da contratura. Entre os potencializadores podemos mencionar a infecção pós cirúrgica, o tipo de elastômero do implante de silicone (liso, micro-textura, macro-textura), a via de acesso para inclusão da prótese, a presença de hematoma pós operatório, o uso de drenos pós cirurgia e fatores outros idiopáticos que se relacionaríam à reação imunológica de corpo estranho. 

Entre estes fatores citados, a infecção e o tipo de revestimento do implante (texturizado x liso) apresenta a maior evidência científica no que se refere a causa x efeito. Todavia, o uso de drenos, a via de acesso e fatores idiopáticos apresentam a menor evidência no que se refere a etiologia da contratura capsular, sendo em sua maioria baseados em estudos retrospectivos, com casuística limitada e desta forma com baixo poder de evidência.
Prof. Dr. Alexandre Mendonça Munhoz,  Conferência "Update em Implantes Mamários de Silicone Gel" durante a XXXVI Jornada Paulista de Cirurgia Plástica (JP-2016) associado ao programa do do PEC (Programa de Educação Continuada) com apoio do Instituto IDEAH. Alexandre Mendonça Munhoz, Alexandre Munhoz, Prótese de Mama, Silicone, Hospital Sírio-Libanês.





Já quando analisamos os potenciais fatores inibidores, observamos alguns fatores que apresentam papel importante no bloqueio e/ou redução do desenvolvimento da contratura capsular. Entre os principais podemos destacar a superfície do elastômero texturizada (macro e microtexturas), a irrigação da loja do implante com soluções de iodo (PVPI, povidine ou Betadine) ou com antibióticos, e a proteção do CAP. Entres este fatores merece destaque com maior evidência científica, as superfícies texturizadas onde por meio de meta-análise (*), Barnsley et cols, em 2006 demonstrou por meio de análise sistemática que a superfície texturizada em papel na redução do evento de contratura capsular quando comparada às superfícies lisas.












Muito discutido atualmente, principalmente no tocante ao desenvolvimento de complicações, é o papel da via de acesso como fator preditivo para o desenvolvimento de complicações pós implante de mama. Apesar de inúmeros trabalhos mostrarem alguma relação da via de acesso, em sua totalidade são ensaios clínicos retrospectivos, não controlados, não randomizados, com casuísticas heterogêneas e de em algumas amostras com "n" não compatível com o desfecho a que se propõem a analisar. 

Prof. Dr. Alexandre Mendonça Munhoz realiza sua Conferência intitulada de "Update em Implantes Mamários de Silicone Gel" durante a XXXVI Jornada Paulista de Cirurgia Plástica (JP-2016) associado ao programa do do PEC (Programa de Educação Continuada) com apoio do Instituto IDEAH. Alexandre Mendonça Munhoz, Alexandre Munhoz, Prótese de Mama, Silicone, Hospital Sírio-Libanês.

Apesar disto, e mesmo com as limitações relacionadas ao poder de cada estudo, em sua maioria demonstram uma maior incidência de complicações na via periareolar e axilar no tocante ao desenvolvimento de complicações. É fato que a via periareolar favorece a maior exposição dos ductos mamários e que claramente estão colonizados por bactérias (streptococos epidermidis) e assim podem estar relacionados à contaminação, infecção subclínica e desenvolvimento a posteriori de contratura capsular. Não menos importante está implicado o papel da via axilar no desenvolvimento de contratura capsular, apesar de alguns estudos mostrarem não relação de causa x efeito. Um estudo importante realizado por Tebbetts et cols. (X), mostra o emprego da via de acesso axilar pré e pós a introdução do emprego de assistência video-endoscópica. 


O autor demonstra que após o emprego da endoscopia, houve uma redução de aproximadamente 3x (4,5% x 1,3%) no desenvolvimento de contratura capsular. O emprego da endoscopia, a visualização direta da dissecção, além cauterização dos vasos sangüíneos e a prevenção de sangramento/hematoma estão implicados na menor incidência da contratura capsular.
Prof. Dr. Alexandre Mendonça Munhoz em discussão após sua Conferência intitulada de "Update em Implantes Mamários de Silicone Gel" durante a XXXVI Jornada Paulista de Cirurgia Plástica (JP-2016) associado ao programa do do PEC (Programa de Educação Continuada) com apoio do Instituto IDEAH. Alexandre Mendonça Munhoz, Alexandre Munhoz, Prótese de Mama, Silicone, Hospital Sírio-Libanês.







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