segunda-feira, 30 de maio de 2016

Prof.Dr. Alexandre Mendonça Munhoz / Painel de Complicações em Implantes Mamários

Painel Complicações em Implantes Mamários
Jornada Paulista de Cirurgia Plástica
Problem Based Learning
(PBL)


O Prof.Dr. Alexandre Munhoz participou da coordenação/moderação do Painel de Complicações em Implantes de Mama durante a Jornada Paulista de Cirurgia Plástica (JP-2016). A XXXVI Jornada Paulista de Cirurgia Plástica manteve seu modelo de sucesso dos últimos 4 anos, baseada em uma estrutura objetiva, alto nível científico e com ênfase para a discussão profunda sobre alguns temas que geram dúvidas e controvérsia no âmbito da cirurgia plástica estética. 


Embasada no modelo PBL (Problem-Based Learning), a qual por meio da configuração específica de painéis com casos clínicos promove-se a discussão com experts e a platéia, promovendo assim o embate de condutas e soluções para o problema apresentado e, em última instância, a produção e fixação de conhecimento. O processo de aprendizagem por meio de problemas ou Problem Based Learning (PBL), foi introduzido na Universidade de McMaster no Canadá, no final da década de 60, no ensino de Ciências da Saúde. Atualmente é uma proposta pedagógica alternativa ao processo normal de ensino que consiste na solução de problemas, reais ou simulados. 

Prof. Dr. Alexandre Mendonça Munhoz durante a moderação do Painel de Complicações em Implantes Mamários, durante a Jornada Paulista de Cirurgia Plástica (JP-2016), no Hotel Grand Hyatt São Paulo. Alexandre Mendonça Munhoz, Alexandre Munhoz. Prótese de Mama. Hospital Sírio-Libanês.

Os alunos, para resolver um problema clínico ou cirúrgico, baseam-se em conhecimentos prévios, discutem, adquirem e fixam os novos conhecimentos desenvolvidos na resolução do problema. Essa forma de pedagogia, aliada à aplicação prática, facilita a retenção do conhecimento. Portanto, o método PBL oferece benefícios, quais sejam, a interdisciplinaridade, o desenvolvimento do raciocínio crítico e de habilidades de comunicação, e a educação permanente. No Brasil, alguns cursos de graduação em Medicina vêm seguindo o contexto mundial de transformação e adotado o PBL no programa curricular. No modelo pedagógico do PBL, busca-se, principalmente, fornecer ao estudante condições de desenvolver habilidades técnicas, cognitivas aplicáveis para o cuidado dos pacientes. 

No modelo original canadense, o PBL tinha as principais características: ausência de disciplinas, integração de conteúdo e ênfase na solução de problemas. Assim, o método levaria ao desenvolvimento no estudante de habilidades para conduzir o aprendizado, a integração de conhecimentos, gerenciamento da educação permanente e capacidade de trabalhar em equipe. 
Prof. Dr. Alexandre Mendonça Munhoz durante a moderação do Painel de Complicações em Implantes Mamários, durante a Jornada Paulista de Cirurgia Plástica (JP-2016), no Hotel Grand Hyatt São Paulo. Alexandre Mendonça Munhoz, Alexandre Munhoz. Prótese de Mama. Hospital Sírio-Libanês.


Após a Universidade de McMaster, várias faculdades passaram a utilizar o método PBL total ou parcialmente, como um currículo paralelo como a Faculté de Medicine - Université de Sherbrooke no Canadá e Harvard Medical School nos EUA). Um dos aspectos mais importantes na estruturação do PBL basea-se na adequada escolha do Professor de Grupo e na construção de problemas produtivos e que se adequem a realidade do cirurgião plástico. 

Prof. Dr. Alexandre Mendonça Munhoz durante a moderação do Painel de Complicações em Implantes Mamários, durante a Jornada Paulista de Cirurgia Plástica (JP-2016), no Hotel Grand Hyatt São Paulo. Alexandre Mendonça Munhoz, Alexandre Munhoz. Prótese de Mama. Hospital Sírio-Libanês.

O Professor de Grupo no modelo da Jornada é representado pelo importante papel do Moderador. Já o Problema são os casos clínicos apresentados durante os diferentes painéis e que refletem o dia a dia do cirurgião plástico. No Painel de Complicações em Prótese de Mama, foram abordados casos clínicos relacionados a complicações tardias, como seroma e contratura capsular. Apresentados na sequência clínica de discussão com pré-operatório, intra-operatório e pós-operatório houve a possibilidade de discussão com toda os moderadores e a platéia a sequência de investigação diagnóstica, as principais hipóteses e a resolução do caso clínico.

Entre as principais complicações apresentadas, uma em específico mereceu destaque com grande interação por parte da platéia e dos moderados, no caso o Seroma Tardio. De fato, a ocorrência de seroma peri-implante tem despertado interesse crescente, não apenas na cirurgia estética mas também na reconstrução da mama pós câncer. Habitualmente associado ao trauma local ou a infecção subclínica como a contaminação com micobactérias, a preocupação atualmente está mais acentuada devido a dados recentes de um possível associação, rara, mas possível entre implantes mamários e Linfoma Anaplásico de Grandes Células (ALCL). 


Prof. Dr. Alexandre Mendonça Munhoz durante a moderação do Painel de Complicações em Implantes Mamários, durante a Jornada Paulista de Cirurgia Plástica (JP-2016), no Hotel Grand Hyatt São Paulo. Alexandre Mendonça Munhoz, Alexandre Munhoz. Prótese de Mama. Hospital Sírio-Libanês.

Define-se como seroma tardio, a ocorrência de derrame líquido peri-implante e clinicamente sintomático que desenvolve, pelo menos, 12 meses após a cirurgia de inclusão do implante mamário. Sabe-se que o seroma após a cirurgia de implante de mama é uma ocorrência rara, particularmente no período pós-operatório tardio, onde relatos na literatura têm sido principalmente como casos únicos (case-report) ou séries clínicas com pequenas amostras, geralmente seguido por especulação quanto à etiologia.


Prof. Dr. Alexandre Mendonça Munhoz durante a moderação do Painel de Complicações em Implantes Mamários, durante a Jornada Paulista de Cirurgia Plástica (JP-2016), no Hotel Grand Hyatt São Paulo. Alexandre Mendonça Munhoz, Alexandre Munhoz. Prótese de Mama. Hospital Sírio-Libanês.

Muito discutido durante a moderação do painel, foi como conduzir adequadamente o seroma tardio. De fato, na literatura, há uma crescente preocupação com o diagnóstico e tratamento do seroma devido a possibilidade de malignidade fato este que gerou novas recomendações ou algoritmos de tratamento. Em sua maioria, os algoritmos incluem a obtenção de fluido para citologia e culture. Há também mais recente recomendações específicas para o tipo de exames citológicos e patológicos apropriados para a análise dos achados do líquido e da cápsula. 





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domingo, 29 de maio de 2016

Conferência Prof. Alexandre Mendonça Munhoz, na Jornada Paulista de Cirurgia Plástica/2016. Update em Próteses de Mama de Silicone.

Conferência 
Update em Implantes Mamários de Silicone 
Prof. Dr. Alexandre Mendonça Munhoz
XXXVI Jornada Paulista de Cirurgia Plástica

Prof. Dr. Alexandre Mendonça Munhoz, Conferência sobre "Update em Implantes Mamários de Silicone Gel" na XXXVI Jornada Paulista de Cirurgia Plástica (JP-2016) durante o programa do do PEC (Programa de Educação Continuada) e sobre apoio do Instituto IDEAH. Alexandre Mendonça Munhoz, Alexandre Munhoz, Prótese de Mama, Silicone, Hospital Sírio-Libanês.

A Jornada Paulista de Cirurgia Plástica (JP-2016) entra agora na sua 36a. edição, sob intensa re-modelação e estruturada em um conceito de estímulo à discussão e baseada em problemas clínicos observados no dia a dia da prática clínica e cirúrgica do cirurgião plástico. Neste ano, em 25 de maio de 2016, o Prof.Dr. Alexandre Mendonça Munhoz participou do Programa de Educação Médica Continuada (PEC) sob a coordenação do Dr. Renato Rocha Lage e realizado durante a programação da JP-2016. Com o tema sugerido pelo PEC, o Prof. Alexandre Munhoz apresentou uma revisão baseada em evidências do que se tem atualmente no que se refere ao emprego dos implantes de silicone gel no aumento mamário. 

Prof. Dr. Alexandre Mendonça Munhoz durante a moderação do PEC e  "Update em Implantes Mamários de Silicone Gel" realizado na XXXVI Jornada Paulista de Cirurgia Plástica (JP-2016) com apoio do Instituto IDEAH. Alexandre Mendonça Munhoz, Alexandre Munhoz, Prótese de Mama, Silicone, Hospital Sírio-Libanês.

Nos últimos anos é inegável a evolução e o aprimoramento da técnica da mastoplastia de aumento não apenas no tocante a física e química dos materiais mas também a compreensão por parte dos cirurgiões plásticos que inúmeros fatores estão relacionados com a melhor evolução e o baixo índice de complicações pós inclusão do implante de silicone. 
Neste ano, durante a Jornada Paulista de Cirurgia Plástica na sua XXXVI edição, o Prof.Dr. Alexandre Mendonça Munhoz participou do PEC (Programa de Educação Continuada) com apoio do Instituto IDEAH com o tema que mais merece atenção atualmente, a mastoplastia de aumento com implantes mamários de silicone gel.
Prof. Dr. Alexandre Mendonça Munhoz durante a conferência sobre "Update em Implantes Mamários de Silicone Gel" realizado na XXXVI Jornada Paulista de Cirurgia Plástica (JP-2016) durante o programa do do PEC (Programa de Educação Continuada) e sobre apoio do Instituto IDEAH. Alexandre Mendonça Munhoz, Alexandre Munhoz, Prótese de Mama, Silicone, Hospital Sírio-Libanês.




















De fato considera-se hoje a inclusão do implante de silicone gel, como a cirurgia mais realizada no mundo quando analisamos exclusivamente procedimentos cirúrgicos de cirurgia plástica. Segundo dados provenientes da ISAPS de 2013, e contabilizando dados relacionados ao número de cirurgias/cirurgião/ano, a cirurgia de prótese de mama apresenta atualmente, a cirurgia mais realizada no Brasil e no mundo sendo em 2013, a ordem de um milhão e setecentos mil cirurgias realizadas ou 15,3% de todos os procedimentos cirúrgicos executados por cirurgiões plásticos em todo mundo. Vale ressaltar que são dados mundiais e envolvendo mais de 25 países membros da ISAPS (International Society of Aesthetic Plastic Surgery) e que de maneira geral a cirurgia de prótese de mama representa a cirurgia Top 3 na grande maioria dos países, e em 78% a cirurgia Top 1.


Quando analisamos dados provenientes exclusivamente do Brasil, as estatísticas apresentam comportamento semelhante e seguindo o perfil mundial. De fato, em 2013, a cirurgia plástica da mama representou 516 mil procedimentos sendo o aumento de mama com prótese de silicone aproximadamente a metade do número de cirurgias com 226 mil procedimentos, seguido da mastopexia (suspensão da mama) com 140 mil, e a redução mamária (mamoplastia redutora) com 115 mil cirurgias. Desta forma, e corroborando com dados mundiais, a colocação da prótese de mama hoje representa um aspectos significante no que se refere a atuação do cirurgião plástico não apenas na área de mercado de trabalho mas também de pesquisas relacionadas à segurança do paciente e a evolução pós cirúrgica a curto, médio e longo prazo.
Prof. Dr. Alexandre Mendonça Munhoz, em sua Conferência sobre "Update em Implantes Mamários de Silicone Gel" realizado na XXXVI Jornada Paulista de Cirurgia Plástica (JP-2016) e no programa do do PEC (Programa de Educação Continuada) com apoio do Instituto IDEAH. Alexandre Mendonça Munhoz, Alexandre Munhoz, Prótese de Mama, Silicone, Hospital Sírio-Libanês.






Apesar da alta prevalência em nosso meio e no mundo, tal significância não é acompanhada de maneira proporcional ao número de estudos clínicos prospectivos e controlados analisando os resultados, a segurança e as complicações dos implantes a longo prazo. De fato, quando analisamos de maneira mais detalhada os diferentes aspectos e ítens relacionados às complicações pós aumento de mama com prótese de silicone, são poucos os dados que se apresentam construídos por meio de uma maior evidência científica e desta forma relacionados com fatores preditos e de risco para o seu desenvolvimento.

Como exemplo de análise a contratura capsular, e elencando as principais complicações pós implante de mama podemos identificar na literatura fatores clínicos, anatômicos e físicos como potencializadores e inibidores do processo de desenvolvimento da contratura. Entre os potencializadores podemos mencionar a infecção pós cirúrgica, o tipo de elastômero do implante de silicone (liso, micro-textura, macro-textura), a via de acesso para inclusão da prótese, a presença de hematoma pós operatório, o uso de drenos pós cirurgia e fatores outros idiopáticos que se relacionaríam à reação imunológica de corpo estranho. 

Entre estes fatores citados, a infecção e o tipo de revestimento do implante (texturizado x liso) apresenta a maior evidência científica no que se refere a causa x efeito. Todavia, o uso de drenos, a via de acesso e fatores idiopáticos apresentam a menor evidência no que se refere a etiologia da contratura capsular, sendo em sua maioria baseados em estudos retrospectivos, com casuística limitada e desta forma com baixo poder de evidência.
Prof. Dr. Alexandre Mendonça Munhoz,  Conferência "Update em Implantes Mamários de Silicone Gel" durante a XXXVI Jornada Paulista de Cirurgia Plástica (JP-2016) associado ao programa do do PEC (Programa de Educação Continuada) com apoio do Instituto IDEAH. Alexandre Mendonça Munhoz, Alexandre Munhoz, Prótese de Mama, Silicone, Hospital Sírio-Libanês.





Já quando analisamos os potenciais fatores inibidores, observamos alguns fatores que apresentam papel importante no bloqueio e/ou redução do desenvolvimento da contratura capsular. Entre os principais podemos destacar a superfície do elastômero texturizada (macro e microtexturas), a irrigação da loja do implante com soluções de iodo (PVPI, povidine ou Betadine) ou com antibióticos, e a proteção do CAP. Entres este fatores merece destaque com maior evidência científica, as superfícies texturizadas onde por meio de meta-análise (*), Barnsley et cols, em 2006 demonstrou por meio de análise sistemática que a superfície texturizada em papel na redução do evento de contratura capsular quando comparada às superfícies lisas.












Muito discutido atualmente, principalmente no tocante ao desenvolvimento de complicações, é o papel da via de acesso como fator preditivo para o desenvolvimento de complicações pós implante de mama. Apesar de inúmeros trabalhos mostrarem alguma relação da via de acesso, em sua totalidade são ensaios clínicos retrospectivos, não controlados, não randomizados, com casuísticas heterogêneas e de em algumas amostras com "n" não compatível com o desfecho a que se propõem a analisar. 

Prof. Dr. Alexandre Mendonça Munhoz realiza sua Conferência intitulada de "Update em Implantes Mamários de Silicone Gel" durante a XXXVI Jornada Paulista de Cirurgia Plástica (JP-2016) associado ao programa do do PEC (Programa de Educação Continuada) com apoio do Instituto IDEAH. Alexandre Mendonça Munhoz, Alexandre Munhoz, Prótese de Mama, Silicone, Hospital Sírio-Libanês.

Apesar disto, e mesmo com as limitações relacionadas ao poder de cada estudo, em sua maioria demonstram uma maior incidência de complicações na via periareolar e axilar no tocante ao desenvolvimento de complicações. É fato que a via periareolar favorece a maior exposição dos ductos mamários e que claramente estão colonizados por bactérias (streptococos epidermidis) e assim podem estar relacionados à contaminação, infecção subclínica e desenvolvimento a posteriori de contratura capsular. Não menos importante está implicado o papel da via axilar no desenvolvimento de contratura capsular, apesar de alguns estudos mostrarem não relação de causa x efeito. Um estudo importante realizado por Tebbetts et cols. (X), mostra o emprego da via de acesso axilar pré e pós a introdução do emprego de assistência video-endoscópica. 


O autor demonstra que após o emprego da endoscopia, houve uma redução de aproximadamente 3x (4,5% x 1,3%) no desenvolvimento de contratura capsular. O emprego da endoscopia, a visualização direta da dissecção, além cauterização dos vasos sangüíneos e a prevenção de sangramento/hematoma estão implicados na menor incidência da contratura capsular.
Prof. Dr. Alexandre Mendonça Munhoz em discussão após sua Conferência intitulada de "Update em Implantes Mamários de Silicone Gel" durante a XXXVI Jornada Paulista de Cirurgia Plástica (JP-2016) associado ao programa do do PEC (Programa de Educação Continuada) com apoio do Instituto IDEAH. Alexandre Mendonça Munhoz, Alexandre Munhoz, Prótese de Mama, Silicone, Hospital Sírio-Libanês.







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Prof.Dr. Alexandre Munhoz e Economista Ricardo Amorim / Situação Econômica do Brasil e a Cirurgia Plástica

Situação Econômica do Brasil e Cirurgia Plástica
Ricardo Amorim na Jornada Paulista de Cirurgia Plástica/2016

A XXXVI Jornada Paulista de Cirurgia Plástica manteve seu modelo de sucesso dos últimos 4 anos, baseada em uma estrutura objetiva, alto nível científico e com ênfase para a discussão profunda sobre alguns temas que geram dúvidas e controvérsia no âmbito da cirurgia plástica estética. Embasada no modelo PBL (Problem-Based Learning), a qual por meio da configuração específica de painéis com casos clínicos promove-se a discussão com experts e a platéia, promovendo assim o embate de condutas e soluções para o problema apresentado e, em última instância, a produção e fixação de conhecimento.
Comissão do Departamento de Eventos Científicos (DEC) da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) Regional São Paulo, organização da XXXVI Jornada Paulista de Cirurgia Plástica, Hotel Grand Hyatt São Paulo. Prof.Dr. Alexandre  Mendonça Munhoz.
Neste ano trouxemos para a Jornada Paulista uma inovação em relação aos anos anteriores, qual seja a apresentação de temas relevantes por palestrantes consagrados e não necessariamente relacionados à cirurgia plástica. Presidente da Ricam Consultoria, o economista Ricardo Amorim já trabalhou em Nova York, Paris e São Paulo, e foi pales- trante-âncora e dividiu painéis com gurus ilustres, de economistas ganhadores do Nobel a ministros de estado e presidentes de bancos centrais. 
Prof. Dr. Alexandre Mendonça Munhoz (Membro do DEC da SBCP-SP), economista Ricardo Amorim e Luis Henrique Ishida (Presidente da SBCP-SP), na XXXVI Jornada Paulista de Cirurgia Plástica, Hotel Grand Hyatt São Paulo. Prof.Dr. Alexandre  Mendonça Munhoz. Alexandre Munhoz.


















Ricardo Amorim é presidente da Ricam Consultoria, prestadora de serviços na área de negócios e economia global. Economista, formado pela Universidade de São Paulo (USP), é pós-graduado em Administração e Finanças Internacionais pela ESSEC de Paris, Ricardo atua no mercado financeiro desde 1992, onde trabalhou em Nova York, Paris e São Paulo, sempre como economista e estrategista de investimentos. Atualmente é o único brasileiro incluído na lista de importantes spekers, Ricardo Amorim profere, há anos, palestras e tendências no Brasil e exterior e em áreas específicas que no caso da cirurgia plástica muito depende da situação econômica e do otimismo da população. 
 
Prof. Dr. Alexandre Mendonça Munhoz (Membro do DEC da SBCP-SP), na moderação do economista Ricardo Amorim sobre a Situação Econômica e Política do Brasil e o Mercado da Cirurgia Plástica na XXXVI Jornada Paulista de Cirurgia Plástica, Hotel Grand Hyatt São Paulo. Prof.Dr. Alexandre  Mendonça Munhoz. Alexandre Munhoz.






Na JP-2016, Ricardo Amorim nos apresentou uma profunda análise do cenário atual da economia e da política brasileira e como a situação atual chegou ao que está hoje. Apesar da grave situação econômica atual e da intensa falta de otimismo nos mais diversos segmentos da economia, e que de fato contribuem para o mercado de cirurgia plástica, Ricardo acredita como poucos que a retomada do crescimento será muito mais rápida do que a dos países desenvolvidos, em uma curva semelhante a um “V”, ou seja, acelerada expansão após queda acentuada. Enfatiza ainda a importância dos ciclos de desenvolvimento e crise no Brasil e em diferentes países e apesar da atual conjuntura política não favorável ao julgamento de mudanças, este ciclo voltará a se repetir com novo crescimento pujante. 

Prof. Dr. Alexandre Mendonça Munhoz (Membro do DEC da SBCP-SP) na moderação do economista Ricardo Amorim durante sua palestra sobre Situação Econômica do Brasil e a Cirurgia Plástica, junto com Luis Henrique Ishida (Presidente da SBCP-SP), na XXXVI Jornada Paulista de Cirurgia Plástica, Hotel Grand Hyatt São Paulo. Prof.Dr. Alexandre  Mendonça Munhoz. Alexandre Munhoz.

Amorim ainda  compara o movimento a ser vivido pelo País a um bem mais contido, semelhante a seguidos “W” (leves retomadas que não se sustentam até alcançar o real crescimento), que deverá ocorrer na Europa e nos Estados Unidos. Diferente de seus pares, respeitados economistas com visão mais nebulosa do futura. Ricardo nos apresentou uma excelente e motivadora conferência, mostrando de maneira concreta e baseada em estatísticas e previsões, um caminho otimista, com aposta em grande expansão dos investimentos no País em curto e médio prazos, uma vez que os aplicadores estrangeiros buscarão destinos alternativos diante do baixo crescimento dos países desenvolvidos. 






Entre os principais problemas apresentados por Ricardo há a falta de perspectiva de aumentar o potencial de crescimento de longo prazo para sair da crise conjuntural. O economista enfatiza problemas como legislação trabalhista falha, corrupção e falta de infraestrutura. Isso não permite que o Brasil cresça rapidamente, mas não explica a crise atual. Segundo Amorim, esta atual situação foi sendo construída durante anos e principalmente após 2010 onde foram gerados desequilíbrios macroeconômicos nas contas externas, na inflação e nas contas públicas. 

Prof. Dr. Alexandre Mendonça Munhoz (Membro do DEC da SBCP-SP) na moderação do economista Ricardo Amorim durante sua palestra sobre Situação Econômica do Brasil e a Cirurgia Plástica, junto com Luis Henrique Ishida (Presidente da SBCP-SP), na XXXVI Jornada Paulista de Cirurgia Plástica, Hotel Grand Hyatt São Paulo. Prof.Dr. Alexandre  Mendonça Munhoz. Alexandre Munhoz.

As contas externas se deterioraram porque, desde o governo Lula, o consumo foi incentivado, mas não a produção. Assim, houve um aumento de custos para produzir e cresceu a importação e a inflação. Esses desequilíbrios já estão sendo resolvidos, de uma maneira ou de outra, com a megadesvalorização do real melhorando a balança comercial e a recessão tornando impossível o aumento dos preços e assim reduzindo a inflação, ressalta o economista. Ricardo acredita ainda de maneira muito otimista na brevidade da saída da crise e enfatiza que a virada da economia está muito mais próxima do que a maioria dos profissionais autônomos, no caso cirurgiões plásticos possam vislumbrar. 

Prof. Dr. Alexandre Mendonça Munhoz (Membro do DEC da SBCP-SP), na moderação do economista Ricardo Amorim sobre a Situação Econômica e Política Brasileira e o Mercado da Cirurgia Plástica durante a  XXXVI Jornada Paulista de Cirurgia Plástica, Hotel Grand Hyatt São Paulo. Prof.Dr. Alexandre  Mendonça Munhoz. Alexandre Munhoz.

De maneira muito clara e segura, Amorim enaltece que iremos sentir os sinais no segundo semestre deste ano (2016), e, quando a recuperação vier, esta vai se mostrar mais consistente e potente do que o esperado. Indagado sobre quais seríam as medidas a serem implantadas pelo novo governo, Amorim enfatiza que todas as medidas do governo anterior foram voltadas ao curto prazo e sem perspectivas de pagamento da dívida pública, fato este que não cria segurança no empresariado e investidores internos e externos. Desta forma,  há a necessidade de sair da discussão do déficit atual e demonstrar um horizonte mais confiável de pagamentos a longo prazo, e para isso há a necessidade de um projeto real de reformas entre as quais a da Previdência. 

Prof. Dr. Alexandre Mendonça Munhoz (DEC da SBCP-SP), na moderação do economista Ricardo Amorim sobre a Situação Econômica e Política Brasileira e o Mercado da Cirurgia Plástica durante a  XXXVI Jornada Paulista de Cirurgia Plástica, (JP-2016), Hotel Grand Hyatt São Paulo. Prof.Dr. Alexandre  Mendonça Munhoz. Alexandre Munhoz.


O interessante da palestra do Ricardo Amorim foi a perspectiva para nós cirurgiões plásticos de novo ânimos, e que o momento é de fazer o caminho reverso e voltar a crescer, enfatizado de maneira muito clara que pela evolução histórica do nosso país, estamos no fim de um ciclo de queda e de pessimismo. Para entender o atual cenário, Amorim mostrou durante sua exposição a economia brasileira desde 1900 e descobriu que todas as vezes que o país atravessou recessões longas e profundas, na sequência houve um processo de crescimento acelerado. “É claro que vai mudar, isso é histórico desde o início do século passado onde alguns anos depois, a média de crescimento do PIB por três anos costuma subir a níveis de pelo menos 5 - 6% ao ano. 


A razão para isto é habitualmente temos um período longo onde o crescimento cai porque não há mais confiança, os planos ficam parados, porque os empresários simplesmente seguram e não investem, ou por não terem segurança no atual momento ou simplesmente querem esperar mais” enfatiza Amorim. Há ainda mais um fator que é que o Brasil ainda é um ambiente atrativo para o resto do mundo pela demanda de consumo interno. Ricardo menciona ainda que empresa globais que querem ter uma presença realmente global, não podem deixar de ter uma presença no Brasil. Desta forma, considera-se o potencial de crescimento ao longo prazo, a queda do preço dos ativos decorrente da crise e que a alta do dólar barateou esses ativos para os estrangeiros. Não tenho certeza de quando a recuperação econômica começará, creio que ela será breve, mas o que tenho certeza é que ela terá muita força”, enfatiza Amorim. 

Prof. Dr. Alexandre Mendonça Munhoz, o economista Ricardo Amorim e Luis Henrique Ishida após a conferência no Hotel Grand Hyatt São Paulo,  sobre a Situação Econômica e Política Brasileira e o Mercado da Cirurgia Plástica durante a  XXXVI Jornada Paulista de Cirurgia Plástica, (JP-2016), Prof.Dr. Alexandre  Mendonça Munhoz. Alexandre Munhoz.



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sexta-feira, 13 de maio de 2016

Entrevista Prof.Dr. Alexandre Mendonça Munhoz / Pesquisa Científica em Medicina e Cirurgia no Brasil / Cenário Atual

Entrevista Prof. Dr. Alexandre Mendonça Munhoz
Pesquisa Científica em Medicina e Cirurgia no Brasil
Cenário Atual e Desafios

Prof.Dr. Alexandre Mendonça Munhoz, em entrevista sobre o cenário atual do Brasil em relação a pesquisa científica e investimentos em ciência e tecnologia. Alexandre Mendonça Munhoz, Intituto de Ensino e Pesquisa Hospital Sírio-Libanês, Moriah Instituto de Ensino e Pesquisa, Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Cirurgia Plástica.
Link para Entrevista:
 https://www.youtube.com/watch?v=v-kyE1Xp6OY

O Brasil apresenta posição de destaque no que tange os investimentos em pesquisa e ciência e tecnologia em relação aos demais países da América Latina, fato este representado pelo aumento de publicações científicas nos últimos anos, e principalmente na última década. Dados provenientes do Banco Mundial e do Ministério da Ciência e Tecnologia demonstram investimentos anuais do país em pesquisa científica próximo a 60 bilhões de reais em 2012, somando as iniciativas pública e privada. De fato, em comparação realizada pelo periódico internacional Nature demonstra que o Brasil é o líder em publicações científicas na América do Sul, onde com aproximadamente 40 mil em 2013, o país apresenta posição na dianteira e distante da Argentina, o segundo colocado com aproximadamente 9 mil artigos. 


Prof.Dr. Alexandre Mendonça Munhoz, durante  entrevista sobre a situação atual do Brasil em relação a pesquisa científica e investimentos em ciência e tecnologia. Alexandre Mendonça Munhoz, Intituto de Ensino e Pesquisa Hospital Sírio-Libanês, Moriah Instituto de Ensino e Pesquisa, Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Cirurgia Plástica.



Já os dados provenientes da última atualização da Nature de 2015, demonstram o Brasil como primeiro lugar na América Latina e 23º no ranking global. Nesta avaliação a Argentina encontra-se em 30º lugar, o Chile em 32º e o México em 34º. Todavia, este dado merece ressalvas em uma avaliação mais criteriosa. Segundo Van Noorden et al., o Brasil possui mais de dois terços das publicações da América do Sul, todavia quando realiza-se a comparação em relação ao número per capita, os dados são semelhante a Argentina, Uruguai e Chile em número de artigos. Ademais, o volume de produção científica realizada na América do Sul pode estar subavaliada uma vez que muitos dos periódicos não são indexados e assim não são incluídos nas bases de dados que produzem as estimativas. 

Prof.Dr. Alexandre Mendonça Munhoz, Qual é o cenário do Brasil em relação a pesquisa científica e investimentos em ciência e tecnologia. Alexandre Mendonça Munhoz, Intituto de Ensino e Pesquisa Hospital Sírio-Libanês, Moriah Instituto de Ensino e Pesquisa, Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Cirurgia Plástica.


Desta forma, a produção científica na América do Sul ainda apresenta um baixo índice de citações (quando outros artigos fazem referência a um determinado estudo) em relação aos demais países do hemisfério norte. No tocante ao montante de recursos destinados à pesquisa em relação ao Produto Interno Bruto (PIB), o Brasil também apresenta posição de destaque. De fato, o Brasil é o único país da América do Sul que destina mais de 1% de seu PIB em pesquisa e desenvolvimento segundo dados de 2011. Avaliações mais recentes demosntram que em 2013, o investimento na área de pesquisa e desenvolvimento científico atingiu a marca recorde de R$ 85,6 bilhões, o equivalente a 1,66% do PIB no mesmo período. No ano anterior, foram aplicados R$ 76 bilhões (1,62% do PIB). Vale ressaltar que os volumes de recursos tem aumentado de ano a ano nos últimos 15 anos onde em 2000, o investimento era de R$ 15 bilhões. Já análises em 2010 demonstram aproximadamente R$ 62,2 bilhões aplicados em ciência, tecnologia e pesquisa nacional.  


Prof.Dr. Alexandre Mendonça Munhoz, Qual é o cenário do Brasil em relação a pesquisa científica e investimentos em ciência e tecnologia. Alexandre Mendonça Munhoz, Intituto de Ensino e Pesquisa Hospital Sírio-Libanês, Moriah Instituto de Ensino e Pesquisa, Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Cirurgia Plástica.


No Brasil, a maior parte do incentivo à pesquisa científica por meio de aporte de recursos é realizado por fontes públicas, segundo dados do Ministério de Ciência, Tecnologia. Esse cenário não se repete nos países que lideram a pesquisa no mundo, nos quais a parceria com o setor privado é mais evidente em termos significativos de aporte de recursos. De fato, em nosso meio merece destaque as Fundações de Amparo à Pesquisa, também designadas de FAP, que tratam dos recursos de cada estado com o objetivo de fomentar pesquisas, instaurar infraestruturas e promover a produção de conhecimento de ponta. Na análise da revista Nature, há destaque para uma das FAP do Brasil, qual seja a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), que em 2013 investiu 512 milhões no financiamento de pesquisas. Em atividade desde a década de 60, a FAPESP tem um orçamento anual correspondente a 1% do total da receita tributária do Estado, o qual de 37% do total é destinado à pesquisa básica. Os demais componentes do orçamento estão relacionados à infraestrutura e a pesquisa aplicada. Neste montante, aproximadamente 30 % do total é aplicado em pesquisa na área médica.


Prof.Dr. Alexandre Mendonça Munhoz, aspectos atuais da pesquisa científica e investimentos em ciência e tecnologia no Brasil. Alexandre Mendonça Munhoz, Intituto de Ensino e Pesquisa Hospital Sírio-Libanês, Moriah Instituto de Ensino e Pesquisa, Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Cirurgia Plástica.

Apesar destes dados, merece destaque o atual contigenciamento de recursos para a pesquisa que se tem observado nos últimos anos. De fato, em 2011, o governo federal contigenciou 22,3% do orçamento do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, que ficou em R$ 6,5 bilhões, abaixo dos R$ 7,9 bilhões de 2010. Em 2012, os recursos apresentaram nova redução em R$ 1,5 bilhão, dos R$ 6,7 bilhões previstos no Orçamento aprovado no Congresso. É necessário, que além de aumentar o número de investimentos, o governo precisa incentivar as empresas a participar com mais investimentos em pesquisa e desenvolvimento (P&D). Vale ressaltar que o investimento oriundo da iniciativa privada representa atualemente menos da metade do total, índice inferior ao de países como Estados Unidos (64%), Alemanha (60%), China, Coreia do Sul e Japão, com índices próximos a 70% dos investimentos.